Já havia parado de chover
e o cheiro da estiagem pairava no ar, ia pisando incerto e com passos trêmulos
pela trilha lamacenta que serpenteava até a estrada de comércio que levava a
Nidaros. Um manto velho surrado descia em capuz, cobrindo-lhe o rosto. O cheiro
de estrume de vaca deixava claro que havia passado a última noite em um curral.
Quando alcançou a terra mais compacta da estrada e seguiu por ela, encontrou
alguns guardas que não deixaram de notar o péssimo cheiro que sentiram do
sujeito. Eram apenas dois e não havia mais ninguém na estrada. Um sabor sádico
perpassou-os e decidiram provocar.
- Ei, saco de bosta, não
pense que vai entrar aqui fedendo a merda, de meia volta e retorne da fossa que
saiu – riu o guarda, retirando a bainha da cintura para acertar o mendigo. O
pobre homem encolheu-se e procurou seguir seu caminho, fingindo não ter sido
chamado atenção. O guarda adiantou-se e o reteve.
- Será que tem bosta
dentro dos seus ouvidos, amigo? Que tal se um pouco de surra não tira a merda
que você tem na cabeça? – empurrou o sujeito que foi ao chão. O homem
espatifou-se na lama, tentando se proteger das pancadas que começou a receber.
O guarda acertava pancadas pesadas com a espada embainhada, torcendo para
deixar o máximo de lesões possíveis no vagabundo. Foi então que o sujeito
virou-se e acertou uma pisada em seu joelho, que dobrou-se para trás, ferindo a
articulação e rasgando algum tendão. O guarda foi direto ao chão, caindo de cara
na lama, o mendigo desembainhou a espada que foi usada para surrá-lo e a
enterrou na barriga, bem abaixo da costela. O guarda gritou de dor mas o
mendigo travou a espada e fez com que terminasse rápido.
O outro guarda não estava
crendo no que assistia, mas quando pensou em alardear dois outros mendigos
surgiram as suas costas e silenciaram ele com uma navalha em sua garganta.
- Arraste-os para a borda
da floresta – disse o mendigo olhando ao longo da estrada, verificando se
ninguém vinha por ela. Os outros obedeceram e arrastaram os corpos – tirem
espada, cota e capa, talvez precisemos – completou Lamark.
Fundada por Olaf
Tryggvason, Nidaros era a capital do seu dito reinado e uma das maiores cidades
da Noruega. Possuía um grande centro de comércio proporcionado pelo porto
próximo do encontro do rio Nidelva e Trondoheimsfjorden. As coisas fluíam
rápidas lá, o centro era movimentado e cheio de lojas e tavernas, no porto os
homens não paravam de descarregar mercadorias e espólios, enquanto uns
negociavam a carga, outros partiam para exportar peles e importar grãos. No
centro do mercado haviam trocas de servos por animais e mais ao fundo podia-se
ver uma tinturaria, tingindo tecidos, onde escorria pela terra os resquícios da
tintura, deixando-a com tonalidades interessantes. Mas o que realmente atraía
os olhares para essa cidade era o ponto religioso erguido lá. Saindo do centro
e seguindo para longe da margem do rio Nidelva, subia-se ao ponto mais alto de
Nidaros, a colina de Storheia. Lá fora erguida a primeira Igreja da
Noruega.
Caminharam em meio as
árvores guiado por Guth, que vestia, assim como Lamark, um manto surrado e
fedido, desceram uma pequena encosta até encontrarem uma cabana abandonada em
meio a uma clareira. Estava velha e metade havia desabado, esquilos fugiram
quando se aproximaram. Guth adiantou-se e depois de um momento revirando
pedaços podres de madeira, arrastou para fora um grande baú.
- Aqui, Lam, aqui tem o
suficiente – disse ele, destravando a tranca e revelando seu conteúdo. Dois
grandes garrafões e vários outros menores potes contendo óleo de baleia. Lamark
sorriu.
- Eu aposto que sim. Essa
maldita igreja não é como as outras, é o que lhes digo, ela é resistente pois
foi erguida com aço e pedra, não podemos simplesmente chegar lá e jogar palha
queimada para infernizar esses desgraçados, precisamos de mais e isso – apontou
para o baú – irá servir.
Era noite de uma
comemoração mística cristã, o natal, segundo o Velho explicou, onde festejavam
o nascimento do pequeno deus cristão, o próprio Cristo. Em Nidaros haveria o
grande evento ministrado por Olaf, e este seria o momento escolhido pelos
deuses para retribuir o mal que ele tem feito e ainda assim, um sacrifício aos
deuses em homenagem ao yule que se aproximava em alguns dias. Semanas se
passaram enquanto rastreavam informações em Nidaros para saber do dia
comemorativo e de como as coisas procederiam na cidade. Guth havia chegado
antes de Lamark e os outros dois companheiros, Alest e Modric. Descobrira
detalhes da cerimônia e sua localização. Agora que haviam verificado o baú,
sentaram enquanto Alest tirava de uma bolsa escondida em suas vestes e
desenrolava alguns pães e queijo. Quando Lamark pegou o seu, cheirou e preferiu
não comentar, ao contrário de Guth.
- Mas que merda, Alest,
você usou esse pão pra limpar o traseiro?
Lamark cuspiu.
Os
peregrinos subiam o monte de Storheia vagarosamente através de uma trilha pouco
íngreme, seguindo para a proeminente comemoração enquanto um sino reverberava
através do início do crepúsculo. A maioria era de mulheres, arrastando crianças
e maridos carrancudos. Outros iam ansiosos e tensos, nem todos queriam estar
ali, pelo que parecia.
-
A cidade toda veio ver essa mijada? – rugiu Modric de entre as árvores
próximas.
-
Parece que são obrigados a isso. – completou Lamark.
-
E são mesmo, eu conversei com um taberneiro – Guth foi explicando – e segundo
ele ‘’ louco aquele que não vai’’. Disse que podem ser acusados de paganismo
caso não compareçam e não foram poucos os que sofreram na mão dessa gente para
aceitar ir para a porcaria do evento. Todo ano é assim.
-
Me pergunto como isso foi acontecer.
-
Dizem que tem magia por trás.
Era
interminável a procissão de peregrinos que subiam o monte, o que tornava
simples o acesso ao grande templo erguido no topo da cidade. Havia algumas
barracas sendo erguidas a frente da grande igreja e algumas cadeiras foram
colocadas para os convidados privilegiados, ao que parecia. A igreja era
enorme, maior que qualquer edifício que Lamark já tenha visto nas terras
escandinavas, suas paredes eram de pedra e seu teto era de telhas de cerâmica
forradas com palha. Sua torre subia alta e em seu tomo zunia incansável um
grande sino de bronze. Mais à frente um grande palanque de madeira fora
projetado e em meio a isso tudo havia um espaço aberto, o que provavelmente
seria para uma apresentação. Não podiam começar a agir ainda, era necessário
esperar, tinham muitas mentes atentas no momento.
Não
demorou até todos serem indicados que a cerimônia teria início. Um sacerdote
cristão, que Guth explicou se chamar padre ou bispo, subiu ao palanque e deu
início.
-
In nómine Pátris et Fílii et Spíritus Sáncti. Amen. – disse, fazendo um sinal
em sua fronte com a mão e que a maioria repetiu. – queridos irmãos, hoje
estamos reunidos. – era um homem alto e calvo, vestia uma túnica negra com uma
facha vermelha rendada em dourado caída sob os ombros. Tinha um olhar cansado
mas severo, olhou a todos e continuou – hoje é a sagrada noite do nascimento do
menino Jesus.
Modric
cochichou com Lamark. – Ele vai nascer agora?
-
Eu achei que ele já tinha nascido -
completou Alest.
-
Deve ser alguma coisa do tipo.
-
Deve ser.
O
sacerdote continuou a falar sobre a comemoração é deu sinal para uma encenação
começar. Um casal chegava a uma tenda cheia de palha para dar à luz a uma
criança. Ao que parecia três príncipes foram guiados por uma estrela para
presentear o recém-nascido, e com isso todos aplaudiram e fizeram algumas
preces ao deus que acabara de nascer. Assistiram em silencio até que fitaram
inquietos quando o sacerdote deu lugar a um novo palestrante; Olaf Tryggvason.
Lamark já havia visto ele anteriormente quando acompanhou seu pai na última
reunião onde os Jarls e senhores nórdicos reuniram-se para debaterem a proposta
de Olaf, de legitimar o cristianismo como religião oficial e obrigatória da
Noruega. Fora acordado que cada um poderia ter seu próprio culto, muito embora
fosse necessário oficializar um, onde todos concordaram em deixar que o
cristianismo fosse aceito, contando que fosse dada a liberdade de escolha de
cada um para decidir o que queria seguir. A princípio o acordo foi selado e
seguido, no entanto Olaf não demorou muito para trair o tratado. Passou a fazer
o que já sabemos, a caçar os pagãos.
Era
alto e sério, tinha o cabelo curto e rente aos ombros, a barba era bem cortada
e os olhos eram resolutos. Vestia uma túnica vermelha, mas podia se ver a cota
de malha por baixo dela, era presa ao meio por um cinto onde pendia uma espada
ricamente detalhada. No peito pendia uma cruz dourada incrustada com uma única
pedra vermelha e na fronte uma delicada e discreta coroa circundava sua cabeça.
Subiu ao palanque e acenou, todos presentes se ajoelharam até ele abaixar a mão
e indicar para levantarem-se.
-
Irmãos, louvado seja Deus, nosso senhor. – Todos ressoaram uma resposta. –
Nessa noite especial, não deve ser uma noite apenas de comemoração, mas também
de lembrar de nosso dever, um dever para o nosso Cristo senhor. Sabemos que a
evangelização é o nosso trabalho dado pelo espirito santo e devemos dar
continuidade ao que cristo começou na Roma antiga.
Falava
sério e trazia uma força em sua voz, todos olhavam com venerada contemplação,
principalmente aos sacerdotes que estavam ao seu redor. Lamark indicou aos
outros. – é hora.
Esgueiraram-se
para longe da comemoração e contornaram o grande pátio onde estava havendo a
celebração. Aprofundaram-se entre as árvores até alcançarem estacas velhas que
antes delimitavam o fim da colina onde então precipitava um precipício,
seguiram por ali para não dar chance de serem detectados, contornando a
comemoração, traçando o caminho para que conseguissem encontrar a parte de trás
da Igreja. Lamark ia a frente, Modric e Alest carregavam o baú e Guth vinha
atrás.
Quando
alcançaram o outro lado, continuaram à margem da floresta e observaram. Havia
guardas ali, mas poucos, apenas dois, só precisavam ser silenciosos. Lamark
assobiou e um dos guardas encarou a escuridão que a noite tornara-se em dúvida,
virou-se para o outro e conversaram entre si. Lamark saiu das sombras, com a
capa de mendigo escondendo seu rosto.
-
Ei você! – indicou um dos guardas – o que está fazendo ai?
Lamark
acenou a mão, indicando que não era nada demais, arrastou-se até eles e
estendeu a mão suja. – esmola para um miserável.
-
Dê o fora daqui – disse um preparando-se para enfiar um ponta pé, mas o outro o
conteve.
-
Não faça isso, aqui – remexeu no bolso de sua túnica- aqui, tome, isso deve
servir para comp... – foi interrompido por uma flecha em seu peito, largou sua
bolsa de moedas e olhou incrédulo o projétil que praticamente brotou em seu
corpo. Quando o segundo guarda deu pela situação, Lamark já apunhalara sua
barriga, tampando sua boca para silenciá-lo. Indicou para os outros saírem das
sombras. Abriram o baú.
- É preciso que isso seja derramado no telhado
e nas paredes. Traçaremos um caminho de óleo interligado para que se inflame de
uma só vez. Guth, prepare as garrafas, Modric, você escalará comigo. Alest,
você e Guth irão cuidar da parte de trás do edifício. – indicou, apontando para
a grande porta e a imensa parede. – Quero derramar na torre, quero dar um
espetáculo para Olaf e para os nossos deuses. – todos concordaram, e assim foi
feito.
Modric
tirou de sua bolsa cordas e ganchos de aço. Passou-os para Lamark, dando-lhe um
cinto de couro por onde passou a corda do gancho, prendendo-a. Fez o mesmo a si
mesmo e analisaram o edifício.
-
É alto, mas já subi em coisas maiores – disse Modric. A parede era lisa e não
havia apoio algum, a não ser por uma janela fechada no meio do caminho, o que
indicava que precisariam usar uma picareta. Devia ter de 15 a 20 metros e daria
uma boa queda caso algum pé escorregue-se no mármore molhado da geada. Guth e
Alest estavam esperando eles subirem para despejar onde conseguissem sem serem
detectados. Então a primeira picaretada atingiu a parede lisa e encontrou as
aberturas entre os tijolos. Forçando os músculos, começaram a se impulsionar
para cima e a marcha começou. Não demorou até alcançarem a janela e conseguirem
descansar um pouco. Prenderam o gancho no portal para aparar alguma possível
queda e seguiram. As brechas escorregadias obrigava-os a cravar mais
profundamente para sentirem-se firmes, dando um tanto de trabalho mas nada
ocorreu de errado até conseguirem alcançar o topo do telhado. Tentaram subir,
desajeitados, em cima das telhas, com cuidado para não quebrar nenhuma delas. O
céu estava limpo, apesar do vento frio que soprava, o que era bom, sem chuva o
fogo correria com maior liberdade até alcançar sua intensidade.
Lá
de baixo, no grande pátio, podia-se ouvir o sacerdote lendo a passagem do livro
sagrado cristão. Por cima dos telhados Lamark observou a celebração e algo
faiscou em seus olhos. Conseguiu observar Olaf, havia voltado e sentado com os
outros sacerdotes, assistindo a celebração.
Voltou-se
para Modric, estava retirando vários jarros de óleo de sua bolsa, passou dois
para Lamark e pegou dois, deixou o pacote com os outros jarros e as cordas.
Começaram a derramar o óleo. Primeiro na parte da frente do telhado, mais
próximo a torre, deixando escorrer entre as telhas até que a palha estivesse
bem úmida. Seguiram dessa maneira até molhar a maior área possível que
conseguiram. Lamark foi até a torre, subiu nela, escalando e apoiando-se nas
dobras. Não era tão alta, e no seu topo encontrou uma grande cruz. Encolheu-se
um pouco por trás, para que não fosse percebido seu contraste na escuridão. Levantou
o braço e derramou o óleo na cruz, voltando-se para deixar escorrer um tanto de
óleo para que possa ser inflamado junto ao telhado.
Desceu
com cuidado, voltando e tomando cuidado para não escorregar nem pisar na parte
molhada, ao alcançarem a outra extremidade, deixou que o resto de óleo que
possuía escorresse pelas laterais e pela parte de trás, para que entrasse em
contato com o despejado por Guth e Alest. Retornaram e desceram por uma parte
limpa da parede, apoiando o pé com firmeza até encostarem no chão. O cheiro
forte do óleo pairava no ar.
Após
trocarem as vestes sujas de óleo, acenderam uma tocha. Lamark ajoelhou-se sobre
uma perna e fez uma prece aos deuses nórdicos. Era yule e nesse momento na
fazenda do velho Lamm deveriam estar comemorando o fim do ponto alto do
inverno, o retorno do Sol. Estariam fazendo sacrifícios aos deuses, pedindo uma
farta colheita, filhos fortes, boa luta e paz no coração. E ele faria o mesmo.
Levou a tocha até uma poça de óleo próxima e deixou o fogo tocar o líquido.
-
Dedico aos deuses esse gesto – disse, deixando largar a tocha – que esse seja a
minha oferenda aos antigos deuses de nossa terra, ao nosso pai, ao pai de
todos, o grande deus de um único olho. Que em sinal de vingança ele carregue a
morada do nosso inimigo. - Então fez se o fogo.
No
pátio parecia que a celebração estava chegando no momento final e mais uma vez
a palavra foi dada a Olaf Tryggvason. Todos estavam cansados de assistir a
interminável celebração, mas estavam temerosos do que poderia acontecer se
fossem embora, mesmo assim um homem velho decidiu partir, sendo interceptado
por guardas que o fizeram voltar para o lugar onde estava, xingando consigo
mesmo.
Olaf
havia terminado sua prece quando foi chamado para dar sua última palavra na
noite. Estava satisfeito, embora muito trabalho ainda precisasse ser feito.
Permitiu-se um gosto especial a si mesmo por tudo que conseguira conquistar e
somente essa noite resolveria relaxar quanto a isso. Amanhã seria Natal e era
uma época crista de comemoração e recolhimento, de nascimento para uma nova
pátria, uma nova Noruega, limpa e pura. Ainda precisaria passar por muita luta
para afastar todo o pecado e reivindicar essa terra de Deus, mas ele seria seu
guerreiro, seria sua espada.
Levantou-se
e caminhou reparando nos olhares ansiosos de sua plateia. Será que ainda não
compreendiam que ele estava salvando-os? Fizera bem e não se arrependia disso.
Subiu no palanque e todos o contemplaram com reverencia, era o rei. Não
qualquer rei, o rei que os salvou. Agradeceu mais uma vez a Deus em silêncio e
voltou-se para eles.
-
Irmãos, foi com grande satisfação que tivemos essa bela e tão grandiosa
comemoração, sei que Deus e o seu santo filho estão nos olhando do céu em meio
as estrelas – apontou – vejam, não é de espantar que justamente hoje a chuva
tenha sido contida? Digo a vocês que foi mais uma ação de Deus para que
pudéssemos ter nossa celebração. – e todos olharam com reverência ao céu.
-
Padre Estevan deu-me a honra de encerrarmos a missa orando a oração que o Cristo
em pessoa nos ensinou. É importante todos nós orarmos em união porque o inimigo
de Deus está em toda parte. – disse deixando suas palavras pesarem sobre todos
– e o inimigo de Deus é nosso inimigo. Quem não orar conosco, certamente que
não quer unir-se a nós na luta contra o mal e o pecado e porque não iriam
querer? Porque devem ser maldosos também. Então, ai daquele que Deus não
observar orando! – finalizou, acertando um tapa no palanque, fazendo estalar na
madeira. Os espectadores encolheram-se como se o tapa tivesse sido em seus
rostos.
-
Bom – olhou severamente a todos, fechou os olhos e então começou – Pai nosso
que estas nos céus – disse e esperou um momento, aguardando que todos
repetissem suas palavras, então disse mais uma vez, de forma rígida – Pai nosso
que estas nos céus! – e, irando-se por ninguém continuar a sua oração, bateu na
mesa irritado – o que vocês estão pensando?
Quando olhou-os, estavam todos horrorizados
encarando algo às suas costas. Quando virou-se viu os padres levantarem das
cadeiras chocados, voltou-se para a direção em que olhavam e viu a igreja, viu
seu contorno brilhante e por um instante achou que estava observando um
milagre, a igreja que ele erguera, a primeira em solo pagão, um marco para a
cristandade, estava brilhando de divindade... até que a realidade mordeu sua
nuca e viu que não era algo divino, era fogo.
-
Santo Deus, o que é isso?
-
É fogo! É o fogo do inferno! – Gritou um padre desesperado.
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