Todos ficaram em silêncio após o fim
de suas palavras, refletiram no que dizer, no que cogitar, a partir de onde
poderiam começar? Ninguém chegou a duvidar da veracidade do acontecimento. Então
essa era a sina que as Norns, fiandeiras do destino, revelaram para eles.
Eldored foi o que primeiro falou.
-
Lamm, não tenho duvidas de que você tenha sido escolhido para ouvir Ele. Você é
um verdadeiro irmão nórdico e é digno disso, acredito em você. Terá minha ajuda
no que for necessário que seja feito. Estou com você.
-
Sei que posso contar com você, irmão, e com o seu filho também. – Lançou um
olhar convidativo a Eldorin.
-
Sou a vontade de meu pai, Grande Lamm, e estarei com você. – Apressou-se a
dizer.
-
Ah! Eu o mataria se não estivesse! – Riu Eldored, se arrependendo disso,
encolheu-se e respirou devagar, até voltar ao normal. Assim que recobrou,
disse:
- Valsgarde? – O Velho
Lamm confirmou.
- Na Suécia, próximo do
rio Fyris, no lago Malarem, onde há o Gamla Upsala, em Uppland. – Explicou Torkild.
- Ora, mas então é em
Upsala... – Concluiu o Velho Lamm. Gamla Upsala é um grande ponto religioso e
econômico da Escandinávia. Sua grandeza é tanta que dizem que Odin já chegou a
viver lá. – Faz sentido, se o que procuramos é esse artefato poderoso.
- Sim, mas nunca cheguei
em Valsgarde, você já foi até lá? – Perguntou Torkild.
- Ah, não, meu filho, eu
e os outros também já fomos a Gamla Upsala, quando houve o grande chamado,
porém nunca chegamos a Valsgarde, sabe-se que é um cemitério de barcos.
- Então será em um desses
barcos que encontraremos Balmung? – Perguntou Lamark.
- É provável que seja
isso o que queira dizer. – Disse o velho.
-Então iremos até lá e a
encontraremos. Precisamos decidir quando e como. – Prosseguiu Lamark.
- Sim, daria uma boa
caminhada daqui até lá, mas seria bastante inviável com o que Olaf anda
planejando fazer contra nós. – Disse Torkild.
- Torkild tem razão, a
viagem precisará ser por mar. Iremos após o yule, dois barcos farão o percurso.
Torkild, Lamark, vocês irão liderar essa comitiva, Eldorin, quero que vá com
eles.
Espanto e surpresa
surgiram entre eles. Como o Velho Lamm, aquele que falou com Odin, não irá?
- Você não irá? – Disse
Lamark.
- É obvio que não. Eu não
sirvo mais para isso, Lamark. Eu sei que isso não está destinado a mim, mas a
vocês, aqueles que podem assumir o poder e ir à guerra. E é você Lamark que
fará isso. Torkild, Lamark precisará de você quando eu não estiver mais ao lado
de vocês, vá e seja o braço forte dessa missão e você Eldorin, aprenderá e
crescerá com eles dois. Juntos, mudarão o destino não só da Noruega, mas de
toda a Escandinávia. A vontade do Deus de um olho só será realizada.
E
estava decidido, não havia mais nada a ser dito. Entraram muito na noite e
todos estavam exaustos, apesar de terem comido e bebido durante o debate, o
sono os atingia, dessa forma, trataram de se recolher para no dia seguinte
começar os preparativos. Ainda havia alguns meses para o yule, tempo para
descanso e preparo. Quando todos estavam saindo, o velho Lamm preferiu ficar
para trás, indo a sua cabana, mexer em alguns mapas e pergaminhos que guardava
ali. Chamou Torkild.
-
Torkild, venha aqui. – Este obedeceu. – Quero lhe pedir uma coisa. Esgmund irá
demorar a voltar para cá, preciso que nossos guerreiros sejam treinados e o
único com experiência de guerra próximo a dele é você, pode assumir isso?
-
Sim, pai. – Disse, sentia-se um pouco ressentido. A escolha do pai, a escolha
de Odin. Não era ele. Lamm, como lendo sua mente, disse:
- E sobre a espada. Ela
não se destina você, no entanto, prevejo um propósito muito importante nessa
história para você.
-Eu entendo, pai. – Para
ele aquelas eram apenas palavras de consolo, isso não faria diferença, ele iria
ajudá-los de qualquer forma. Seguiu para o salão, a movimentação era pouca por
ali, a maioria já havia se retirado para dormir, enquanto caminhava, ouviu um
choro vindo de um dos cômodos, resolveu verificar. Aproximando-se viu Larza
pela porta entre aberta. Dois homens guardavam a porta no corredor, como ela
havia pedido, um deles disse:
- Esta chorando a um bom
tempo, senhor. Silned tentou tranquilizá-la, mas ela não tem conversa.
- Vou me atrever a
entrar. – Disse Torkild, adiantou-se abrindo a porta, entrou no cômodo,
devagar, para não surpreende-la. Larza estava sentada na cama, chorando
constantemente, não daqueles choros escandalosos, mas um choro fraco e
continuo. Sequer reparou em sua chegada. Sentou ao seu lado e disse:
- Larza. – Ela abriu os
olhos e parou de chorar imediatamente. Eles estavam vermelhos e vidrados.
- O que você quer? –
havia raiva em sua voz, ela não parecia nem um pouco amistosa.
- Eu ouvi você chorar...
- Eu sei de alguém que
não pode mais me ouvir, Torkild! – Disse, voltando a deixar correr lágrimas por
seu rosto. – Eu sei de alguém que devia estar aqui e não está, eu sei! – começou a se exaltar.
- Larza, precisa se
acalmar. – Torkild sabia que era tarde demais, tentou tocar-lhe o ombro mas
isso só piorou.
- Não! Não! Não acredito
que você até isso quer tomar dele! Ah, não! – Começou a gritar e a chorar,
levantou-se correndo indo se encolher do outro lado do cômodo. A criança
acordará com todo o barulho e começava a chorar também – Não, não, onde está
meu Eldar para me proteger? Onde?
- Larza, ninguém aqui
quer te fazer mal, Larza...! – Em vão, Larza continua seu choro.
- Saia daqui! Você não
devia ter voltado! Nunca devia ter voltado! Saia daqui! – Gritava – Vá embora,
você devia estar no lugar dele na hora de sua morte! Você!
Naquele momento os
gritos, os choros, tudo estava diminuindo, o som estava ficando baixo,
distante, raiva, ele sentia, muita raiva. Como uma inundação, passando por todo
seu corpo, uma enchente percorrendo cada membro, músculos, braços, dedos,
agarrou a gola de seu vestido e puxou a para próximo de seu rosto, vermelho e
irado.
- Chega! – rugiu como um
dragão, deixando Larza lívida e mais branca do poderia se imaginar, largou-a na
cama com força, silenciosa e petrificada. Lamark apareceu à porta, Silned
passou por ele e se apressou para dentro do cômodo, indo acalmar Larza, que na
verdade, já estava bem calma.
- Esta tudo bem? –
perguntou Lamark.
- Terminamos por aqui. –
Respondeu Torkild, passando por ele. Lamark seguiu e o reteve no corredor.
- Irmão.
- Eu já disse que
terminamos por aqui. – virou-se e caminhou sozinho até alcançar a porta do
grande salão, agora pouco iluminado, e sair. Lamark observou ele partir, alguém
frio indo para o frio, era esse o caminho das coisas, os seus passos martelando
o chão de madeira, perdendo-se assim que encontrou a noite lá fora.
Naquela manhã, uma manhã
fria e escura, não por ter algum motivo sinistro ou por alguma causa maligna,
simplesmente por ser assim em tempos de inverno. Caminhando em direção a um
lugar mais reservado da propriedade dos Land, Eldored carregava a carranca mais
pesada do que qualquer escudo que já tenha erguido com seu braço em dias de
força. Seguido por Eldorin, com aquele sentimento de que ele é culpado por
alguma coisa mas não sabe do que, o que lhe ocupou a mente durante todo o
caminho, vasculhando nas ultimas lembranças e ações o que pode ter feito para
irritar tanto o pai. Então parou, seu pai achou um lugar um tanto reservado
para os dois conversarem, era na beira das águas de um grande fiorde onde
impunha o limite a terra dos Land, em suas margens muitos barcos pequenos
encalhados, alguns de pesca, outros para simples passeios, na ocasião, ninguém
estava por ali trabalhando. Eldored virou-se para Eldorin irado e disse:
- Você soube o que aquela
desmiolada fez? – Perguntou e Eldorin soube que ele não devia falar nada, só
concordar rapidamente e deixar o pai desabafar a raiva que sentia. – Essa ingrata, sabe-se lá porque, reagiu
como uma cobra em cima de Torkild! O filho do nosso anfitrião, o que seriamos
de nós se o Velho nos chutasse? E eu digo a você, Eldorin, que eu teria feito
isso se alguém desrespeitasse meu filho como ela fez! – levantava a mão para a
cabeça e coçava o cavanhaque velho, preocupado e irritado. – Que vergonha, que
vergonha ela me fez! Eu devia pegar o pequeno e jogar ela para os lobos, mas
que maldição! Que desrespeito a mim e a nossos companheiros... Ah! Basta! –
Disse para si mesmo, acalmando-se. – Eldorin, você precisa ir desculpar-se com
Torkild por essa terrível falha de Larza, e como minha nora, estamos
responsáveis por ela, isso inclui essa atitude miserável!
Eldorin sabia pelo que
Larza havia passado e tudo que carregou desde que seu irmão, Eldar, morreu, foi
difícil e ele compreendia os motivos para estar com seu emocional devastado.
Mas não iria falar nada, obvio, isso não competia a ele, e de qualquer forma, o
pai tinha razão, estavam sob a proteção dos Land, e Larza cuspiu no prato em
que comia.
- Farei isso – disse. O
pai olhou-o, pôs a mão em seu ombro.
- Gosto como você esta
assumindo seu papel nessa historia, Eldorin, estou orgulhoso disso, continue
assim.
Fizeram o caminho de
volta, passando por toda a propriedade, atravessando a fazenda e os muitos
moradores. Alguns os olhavam de forma estranha, principalmente para o braço de
Eldored, escondido entre as várias dobras de pele que vestia. Todos sabiam da
historia, e tinham muito respeito por ele, a maioria tentava ajudar durante o
percurso, mas ele já estava bem, nesses dias tentara portar uma espada, mas
vinha sempre em mente que ele não tinha mais idade para se preocupar em
empunhar mais arma alguma. Pelo resto daquele dia o Velho Lamm não o tratou de
forma estranha, agiu como se nada houvesse acontecido e ainda soltou uma nota
de que não se preocupasse com o ocorrido, que aquilo era compreensível. Mais
tarde, Eldorin resolveu andar mais um pouco pela propriedade e procurar
Torkild, este andava um tanto ocupado nos treinamentos, agora que era um senhor
das armas temporário. Não o encontrou no campo de treino próximo ao salão
principal, voltando a uma caminhada desinteressada em chegar a lugar algum,
simplesmente em caminhar. Porém o achou, estava perto dos estábulos, preparando
dois cavalos. Um deles carregava suprimentos e bagagens, o que seria aquilo,
ele iria partir? Apressou os passos e o alcançou, chamando-o.
- Torkild. – Este parou
de amarrar alguma das bagagens e o olhou.
- Eldorin, bom vê-lo.
- Meu pai pediu para
falar com você, tem esse momento? – olhou para o cavalo – ou esta de saída?
- Tenho esse momento e
estou de saída – sorriu – venha comigo, é um caminho tranquilo para cavalgarmos
juntos e conversarmos.
Já estava escurecendo,
mas como poderia negar? Tinha de ir. Concordou e assumiu um dos cavalos.
Torkild terminou de preparar o que faltava e também montou, passou a frente de
Eldorin e seguiu o caminho até saírem da propriedade, onde reteve mais o passo
para que cavalgassem lado a lado. Ficaram em silencio enquanto seguiam a trilha
que levava até a cidade mais próxima, Sciringesheal. Apesar do inverno e da
escuridão que se alongava durante os dias, o céu estava sendo pontilhado por
estrelas e, quando caiu definitivamente a noite, não estava de todo escuro,
sendo possível enxergar bem a região, sob aquela frágil luz pálida. Torkild
quebrou o silêncio.
- Seja um guerreiro.
- Quem, eu? –
surpreendeu-se com a fala. Torkild o olhou com uma cara que dizia muitas coisas,
mas Eldorin não conseguiu observar feição alguma naquela noite, Torkild
repetiu.
- Seja um guerreiro, como
seu irmão, só que melhor. Você é capaz. E seja forte, você vai precisar.
- Do que você esta
falando? – Mais uma vez Eldorin não leu as feições de Torkild, este apenas
continuou.
- Sobre Larza – deixou o
nome soar um pouco na noite, isso Eldorin captou e ficou satisfeito por ele ter
abordado logo o assunto, primeiro por não estar entendendo muito o que ele
queria dizer e depois por não imaginar como ter aquela conversa com ele.
- Meu pai pede desculpas,
em nome dela, é nossa responsabili... – foi interrompido.
- Não se preocupe Eld,
esta tudo bem, ela tem razão, eu entendo, deixemos isso para trás. Esta é uma
grande noite, você conhecerá um amigo meu.
- Amigo?
- Mais ou menos – e
sorriu, agora já conseguia ver suas expressões, pois as luzes da cidade já
estavam iluminando-os, estavam cavalgando agora dentro da cidade, nesse
horário, ainda havia algum movimento por ela, mas a maioria já estava se
recolhendo, o que deixava a maioria das ruas vazias. Era cheia de casas de
madeira e casebres de palha, mais ao centro encontravam-se edifícios mais
elaborados, próximos ao porto. Tomaram algumas ruas até alcançarem uma taverna,
um edifício com primeiro andar, provavelmente onde alugava alguns quartos para
os viajantes que passavam pela região. Prenderam os cavalos em uma cobertura
protegida do frio onde um velho tão magro quanto a vara em que se apoiava,
guardava o lugar, Torkild deu alguma moeda qualquer a ele e entraram.
O ambiente dentro era
como todas as tavernas da época, sujo e divertido, havia alguma musica tocada
em um tamborete de couro, em uma das extremidades tinha um balcão onde eram
servidas as bebidas e as eventuais comidas que pediam, na outra extremidade
existia uma escada que deveria levar para alguns quartos, entre isso, muitas
mesas enchiam o lugar. Quando entraram quase pisaram em canecas quebradas pelo
chão, onde uma mulher varria os cacos, era bonita, bonita até demais para estar
varrendo, sua roupa era de camponesa, mas era um pouco diferente, se ajustava
muito bem ao corpo e a frente dele um decote revelava seios fartos que por
pouco não estavam congelados pelo frio, ela parou e olhou para os recém
chegados, sorriu para Torkild e o jovem.
- Torkild, trouxe um
presentinho, foi? – olhou para Eldorin, aquilo o encabulou, deixando-o
vermelho, ela reparou ainda mais nele. – é a primeira vez? Mas é tão bonito –
riu.
Então Eldorin entendeu
que aquilo não era lá uma taverna, reparando então o lugar percebeu que por
todos os lados havia realmente mais mulheres que homens, umas sentadas no colo
de uns, outras em cima de algumas mesas, esta ultima, estava com os pequenos
peitos para fora do corpete de couro que os prendiam firmes e duros. Eldorin
sorriu desajeitado e sentiu um calor agradável percorrer suas pernas. Porém o
tapa de Torkild as suas costas o trouxe de volta.
- Esse ainda terá muito
tempo para isso, mas hoje não, Esfir, onde está Crane?
Esfir fez uma cara de
desgosto ao ouvir esse nome, apontou para o canto da taverna, em uma das mesas
que se encontravam embaixo da escada. Sentado de costas para eles, um homem
discutia com uma das prostitutas.
- Você me deve! Não pagou
da ultima vez e essa não vai ficar assim!
- Já disse que não tenho
nada, já disse! – dizia o homem. A puta apontou para as quatro canecas em cima
da mesa.
- E com que maldito
trocado você pagou isso? Eu quero meu dinheiro! – ela pegou uma das canecas, a
única cheia, e jogou em seu rosto o que ainda havia nela. Ele levantou-se da
mesa para acertar a garota com uma tapa com o punho fechado, provavelmente
intencionando arrancar alguns dentes.
- Puta desgraçada!
Deveria agradecer por meu pau entr...
- Crane. – Interrompeu
Torkild, segurando seu punho.
Apesar de não ser tão
velho, o cabelo que escorria da cabeça aos ombros era mais branco que loiro, a
barba grisalha, os olhos fundos, típico dos bêbados que passam a noite em claro
acompanhados de sua fiel caneca. Vestia um couro surrado, indicando que já
viajou muito por essas terras e além delas também. No cinto tinha preso um
machado, há quem diga que não é uma arma tão eficiente, mas este sabia fazer um
belo estrago com aquilo. Crane olhou Torkild, ficou em silêncio, arrancou a mão
que segurava e sentou-se. Torkild pagou a garota e esta foi embora, Esfir a
acompanhou, ele indicou que Eldorin puxasse uma outra cadeira e sentou-se.
-
Raios e trovões, Tork, podia jurar aos raios que saem da bunda de Thor que você
já estava enterrado, mas que desgraçado! Achei que havia me livrado de você.
-
Ainda não, Crane, é preciso de um pouco mais que isso para me ver enterrado.
-
Que maravilha – disse indignado – quando você voltou? E quem é esse biruta ai?
-
É irmão de Eldar. – respondeu Torkild, Crane fez outra cara feia.
-
Vocês não cansam de me encher? Quando penso que estou livre de você e dele, me
aparece, você e o irmão dele! – Ri e pede outra caneca, Torkild olha para Esfir
e faz sinal negativo, aquilo irrita ainda mais Crane. – Que diabos, Tork, ok,
vamos lá, o que você quer agora de mim?
-
Estou pensando, Crane – Torkild tira uma grande navalha que carrega a cintura,
junto de sua espada, a finca na mesa e sorri. – Estou pensando em qual de suas
cabeças eu devo arrancar, o que acha?
- Tork, vamos lá, tudo
bem, tudo bem, eu sei que sou azedo como um bode, em que posso ajudar?
-
Quando você vai partir?
-
Eu devo partir amanhã mesmo, tudo pronto, na verdade, estava me dando uma noite
de desconto antes do trabalho duro até você aparecer e estragar tudo.
-
Qual os planos de viagem? – Continuou Torkild.
-
Ahn, o de sempre Tork, partimos daqui, vemos se encontramos alguns desgraçados,
se interceptamos algum barco próximo das águas irlandesas e inglesas e no fim
do percurso, temos um estoque de peles e outras porcarias para trocarmos.
-
Muito bem, quero que leve ele.
-
O que? – Disse Eldorin.
-
Hein? – Disse Crane. – Quer que eu leve ele? Quer que eu o deixe em algum
porto? Você sabe que pode arranjar outros melhores para levá-lo.
-
Não, leve-o, meta-o em algumas encrencas, azucrine-o, pode usar para assumir os
remos, ele ira gostar. – virou-se e sorriu para Eldorin.
-
Eu, eu vou com ele? Mas...
-
Vai, e vai tornar-se um guerreiro.
***
Sentados
em sua barraca, com vários mapas estendidos sobre a superfície plana da mesa,
com um prato com vários ossos de lebre ruídos e uma ou outra garrafa vazia,
estava o velho Lamm e Eldored.
-
Tem certeza disso? Eldorin pode não sobreviver, seria bom algum treino antes
disso. – disse o velho Lamm.
-
Não, prefiro assim. – responde Eldored. – eu faço questão de que seja assim.