segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ganância de copas



Bom, vou contar um certo acontecimento, podem acreditar ou não, mas o que resolvi escrever aqui vale a pena ser lido.
Era uma noite daquelas, estava só em casa, a madrugada já chegava e infelizmente não havia encontrado nenhuma programação para a noite. Procurei alguma bebida, em vão, a última eu havia bebido no dia anterior. Procurei alguma comida no armário, mas como sempre eu havia esquecido de fazer compras. Fui até a janela e olhei o céu azul, era noite de lua e o céu estava com uma tonalidade diferente. Resolvi descer e ir para o jardim, deitar e observar as estrelas. Fiquei lá um tempo, uma estrela me chamou atenção e fiquei a observar ela. Pensei:
-Será que há alguém nessa estrela me observando como estou fazendo agora?-
E me dei conta que foi o pensamento mais ridiculo daquela noite.
Era hora de entrar, já passava da meia noite. Liguei a Tv e procurei por algo interessante, fiquei a passar os canais e nada bom me chamou a atenção. Vi passar uns jogos, uns filmes sem sentido, algumas musicas e enfim decidi parar em um seriado. Deitei-me no sofá e voltei minha atenção a TV. Sabe aquela sensação estranha de que está sendo observado? Apesar de só ver alguém indagar dessa forma em filmes, sei que sabem do que estou falando, enfim, era uma sensação incomoda, mas resolvi ignorar, continuei a ver TV. Estava quase adormecendo quando vi um rosto se projetar da parede do corredor. Fiquei quieto sem parar de olhar até ter certeza de que estava realmente vendo aquilo. Era um rosto pertubador, havia uma expressão psicotica, olhos arregalados me fitando como um louco. Era algo fantasmagorico, era meio apagado, estava e não estava ali, os olhos às vezes se mostravam visiveis, outras se tornavam totalmente escuros e indecifráveis como lentes de oculos escuro. Ficamos a nos encarar e de fato era real, o que quer que fosse aquilo estava ali e não era sono ou fantasia. Após concluir isso um medo fez arrepiar os pelos do meu pescoco e eu congelei naquele olhar sinistro. O medo estremeceu todo meu corpo, mas eu tinha que fazer algo o que fez a razão prevalecer, pensei em tentar me comunicar com aquilo, mas tive receio que qualquer movimento meu o fizesse ir embora. Tentei falar, mas minha voz estava presa, não saia, simplesmente não falei. Tentei me mexer também e estava sem forças, não conseguia mover sequer os dedos, somente os olhos que ficaram vidrados observando o rosto. E ele pareceu se mexer, a boca comecou a se abrir e sim, ele iria falar algo...!
- A sua... – O som saiu com um vácuo sobrenatural, e se eu tinha algum medo, ele se intensificou com aquele som...
- ... A sua ganância de copas...
E, como que interrompido, fechou a boca e se recolheu para a sombra da parede.
Fiquei a olhar para o mesmo lugar durante vários minutos e só me dei conta de que já podia me mover quando percebi minha respiração arfante, me levantei e em uma explosão de coragem corri para o corredor a procura daquilo, acendi a luz, corri para o quarto, verifiquei as camas, não, não estava lá.
Desde então essa frase... esse sentido...
A minha ganância de copas.

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