segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Diálogo

-Mas diga-me uma coisa, uma coisa diferente, do alto de sua arrogância. Como é... fazer amor?.
Antes que quisesse, comecei a me afastar dela, procurando, como um homem mortal embaraçado, minha capa e minhas luvas.
- Não se lembra? - perguntou absolutamente calma, enquanto eu levava a mão à maçaneta de cobre. Parei, sentindo seu olhar em minhas costas, envergonhado, e depois me virei como se pensasse: Onde estou indo, o que farei, por que continuo aqui?
- Era algo apressado - disse, tentando agora encará-la. Como seus olhos eram perfeitamente, friamente azuis. Como pareciam sinceros. - E... sempre agradável... algo intenso que rapidamente se perde. Acho que era uma sombra pálida do ato de matar.
- Ahhh... - disse ela. - Assim como lhe ferir, como estou fazendo, também é uma sombra pálida do ato de matar.
- Sim, madame - disse-lhe.-Estou inclinado a acreditar que está certa.
E, curvando-me levemente, lhe desejei boa-noite.
Louis e Claudia, Entrevista com o Vampiro - Anne Rice

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